Matando a cobra e mostrando o pau: números da divisão internacional do trabalho

Se vc leu o post anterior, o dos celulares, deve achar que a desproporção entre os salários dos engenheiros americanos e dos operários chineses envolvidos na linha de produção do ipod é fantasia. Pois não é.

O estudo abaixo mostra o circuito de produção, montagem, distribuição e comercialização do ipod. Dá pra pensar que alguém errou na digitação, tamanho o disparate. Pois bem, a divisão internacional do trabalho não é lenda urbana. Exige, aliás, que a gente discuta não só os critérios de produção que fundamentam o discurso da competição pelo menor custo, como também o argumento falacioso de que, deste modo, os preços ficarão mais convidativos para o consumidor. Nem sempre. Mas um pergunta há de martelar na nossa cabeça, precisamente formulada por André Gorz: "por que a competitividade exige custos salariais mais baixos, mas acomoda-se perfeitamente aos custos patronais os mais elevados?". Perguntinha danada esta, hein?

Esta pesquisa está no Guia do Estudante, Dossiê Água. Os gráficos aparecem na coluna Destrinchando, sob o título "Linha de produção do ipod estende-se pelo mundo".

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